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Optometristas querem atuação reconhecida


Mogi das Cruzes:
Projeto do vereador Jean Lopes propõe a regulamentação da categoria para desafogar a demanda por atendimento oftalmológico na rede pública de saúde.
O vereador Jean Lopes (PC do B) quer inserir na legislação municipal os serviços de optometria, para ampliar e melhorar o serviço de saúde visual. O objetivo da proposta, que causou polêmica entre os profissionais da saúde, é, segundo ele, regulamentar a profissão e beneficiar aqueles que tanto precisam de atendimento oftalmológico e esperam meses por uma consulta.

O delegado regional do Conselho de Óptica e Optometria, Eduardo de Melo, explica qual é a função desses profissionais: "O optometrista é o famoso oculista. Nós fazemos a avaliação da vista e detectamos quais são os problemas que ela apresenta. Depois disso, encaminhamos para um médico especialista, que pode ser um oftalmologista ou até um neurologista, dependendo da patologia encontrada".
O oftalmologista, segundo Melo, cuida da parte patológica, ou seja, das doenças que afetam a visão. Além disso, realiza cirurgias e prescreve receitas médicas, ações que não podem ser realizadas pelo optometrista.
O não reconhecimento da profissão por parte das vigilâncias sanitárias afeta a classe. "As vigilâncias estadual e municipal impedem a emissão de alvará para o funcionamento de clínicas", conta o delegado. "Com essa postura, fica inviável realizar o nosso trabalho como profissionais que somos. O que nos resta é trabalharmos como autônomos, profissionais liberais".

No projeto de lei, o vereador Jean Lopes relata que 56% da população brasileira têm dificuldades para enxergar devido a alteração visuais de causa ótica e não patológica, como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia (vista cansada). "Essas alterações, podem ser beneficiadas pelos serviços de optometria e pelo profissional desta área", afirma Lopes.


Atendimento eficaz
O atendimento à população, de acordo com Melo, passaria por melhorias, já que o número de especialistas da área seria maior. "Hoje, nos hospitais, por exemplo, os médicos não são especialistas. São clínicos-gerais. Com a optometria inserida, principalmente no Sistema Único de Saúde (SUS), a deficiência de profissionais da área visual e a grande carga depositada nos médicos, que realizam muitas funções, acabariam".

"Alguns médicos acreditam que seriam prejudicados com a regulamentação da nossa profissão, mas esse seria um ganho para a população, já que a demora de atendimento seria menor", explica o delegado, que revela que a espera dos pacientes por uma consulta com oftalmologistas, atualmente, chega a seis meses.

Devido ao tempo de formação técnica - de dois a quatro anos - o profissional optometrista, tem um custo social reduzido e pode, de forma mais rápida, atender à demanda da população com problemas visuais. "Aqueles que têm dificuldades em acessar esse serviço, quer pelo custo ou pela escassez de oftalmologistas, seriam os mais beneficiados".

Por Nayara Ruiz do Jornal MOGINEWS
Publicada em 24|05|09